Por que as ‘famílias criptográficas’ estão invadindo Portugal

No verão passado, os promotores imobiliários portugueses começaram a notar um novo tipo de clientes internacionais que procuram ativamente casas. Eles eram jovens, a maioria homens, alguns com parceiros, alguns com filhos, e todos estavam profundamente embolsados ​​pela fortuna recém-criada – e mais interessados ​​em criptomoedas. Portugal foi o melhor lugar para a indústria de criptomoedas – um grande número de investidores, comerciantes e líderes empresariais se mudou para lá.

Desde o verão passado, a imobiliária de luxo Vanguard Properties vendeu pelo menos 10 casas para as chamadas “famílias cripto”, diz o CEO José Cardoso Potelho. “Alguns deles são bem conhecidos internacionalmente”, acrescenta – a maioria é dos Estados Unidos. Mais investidores de criptomoedas e empresários estão chegando em 2022: a Vanguard Properties encerrou cinco casas com valor entre 1 milhão e 1,5 milhão.

Essas famílias de criptomoedas foram atraídas para Portugal – um dos últimos cripto-havons da Europa, com Malta – graças à sua posição financeira amigável. Portugal, ao contrário de muitos países da Europa, não tributa quaisquer ganhos de capital obtidos com a venda privada de criptomoedas. (No entanto, eles são tributáveis ​​se feitos sob uma ação profissional.)

Atraiu a atenção de comunidades internacionais de criptomoedas, ajudadas por cripto-influenciadores como a família Taihutus, conhecida como a “família Bitcoin”, que recentemente declarou Portugal a sua escolha para uma nova casa.

A ‘família Bitcoin’ está de mudança para Portugal

Os participantes do mercado esperam que este buraco financeiro seja corrigido em breve português O governo, provavelmente até 2023, terá que alinhar criptomoedas com títulos como ações.

Mas, por enquanto, a criptomoeda está rolando bons tempos.

Ecossistema emergente

O ano passado foi importante para a indústria de criptomoedas. Investidores de varejo e institucionais também estiveram envolvidos – instituições financeiras tradicionais, como o banco de investimento Goldman Sachs e a gestora de ativos BlackRock, começaram recentemente a oferecer serviços de criptografia – e começaram a colocar seus desafios em tokens populares como Bitcoin, Ether e Cardano.

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O fluxo de caixa aumentou e o investimento fluiu como nunca antes para startups e projetos de criptomoedas: em novembro o preço da criptomoeda mais popular Bitcoin chegou a US$ 68 mil e o valor de outros tokens disparou. (Atualmente, um bitcoin vale US$ 47 mil.)

A curiosidade sobre a criptomoeda também conquistou investidores, despejando dinheiro no setor como nunca antes: de acordo com o Pitchbook, As chaves investidas As startups de criptomoedas cresceram quase cinco vezes, de US$ 30 bilhões somente em 2021 para US$ 6,5 bilhões em 2020.

As empresas portuguesas surfaram na onda. Ricardo Filipe e Andrea Fonseca, fundadores da Luso Digital Assets, um dos três sites licenciados de desenvolvimento do mercado de criptomoedas do Banco de Portugal, afirmaram: “A procura pelos nossos serviços tem vindo a crescer por parte de não cidadãos desde o verão passado. relacionamento com a organização local.

A Keys investiu US$ 30 bilhões em startups de criptomoedas apenas em 2021, quase cinco vezes mais que US$ 6,5 bilhões em 2020.

“Houve um fluxo muito significativo de pessoas vindo para Portugal desde o início da epidemia”, disse Pedro Cerdeira, da VC Association Investors Portugal, à Sifted. Como era a regra trabalhar em casa em vez da exceção, muitos se mudaram para o país de cidades caras como Londres para cortar custos. Outros foram inspirados por incentivos fiscais, climas quentes e a nova comunidade de criptomoedas.

Jogadores de criptografia bem conhecidos também querem abrir escritórios locais no país. O US Unicorn Anchorage, um banco de criptomoedas fundado pelo empresário português Diego Monica, tem um escritório de serviços de engenharia no Porto, o segundo de Portugal, e planeja abrir outro na área de Lisboa.

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A cripto unicórnio brasileiro 2TM adquiriu a primeira corretora de criptomoedas registrada em Portugal, a Cryptologa, em janeiro, com o objetivo de avançar na expansão europeia da empresa. O mercado espera que outras empresas sigam o exemplo.

Pedro Cerdeira e Martinho Lucas Pires
Pedro Cerdeira e Martinho Lucas Pires

Eventos centrados em criptomoedas também surgiram. “Ele simplesmente veio ao nosso conhecimento então [in Lisbon] Desde outubro, a Solana Conference e a Web Summit ajudaram a trazer mais pessoas para cá”, acrescentou Serdeira.

A Cerdeira está procurando por startups interessadas em investir e está analisando 150 propostas de projetos de cripto, blockchain e Web3 de empreendedores locais. E ele tem concorrência Os VCs finalmente estão aparecendo.

A Indico Capital Partners, um fundo de capital de risco local, está procurando ouro entre dezenas de candidatos a investimento. Stephen Morris, cofundador da Indigo, disse à Sifted que Crypto e Web3 são “áreas centrais de nossa estratégia de pré-seed” – mas a prudência é importante nessa nova área porque “as classificações são todas injustas”.

“Crise financeira contribui para nossa reputação internacional”

Martinho Lucas Pierce, membro da Fintech portuguesa dedicada ao desenvolvimento do ecossistema local de Fintech, disse à Sifted que as políticas monetárias de Portugal desempenham aqui um papel importante. Acima da brecha fiscal de criptomoedas, Portugal cobra uma taxa de imposto de renda fixa de 20% muito amigável durante um período de 10 anos para não residentes.

“A questão financeira contribuiu positivamente para nossa reputação internacional”, disse. Em grandes cidades como Londres houve “alguma decepção” por parte dos desenvolvedores (Principalmente devido a restrições relacionadas ao Brexit) E Berlim (Atordoado com algumas das características da política monetária da Alemanha em relação às criptomoedas, como a obrigação de manter as criptomoedas por mais de um ano para obter isenções fiscais) Inclinou alguns para a mudança de paisagem. Martinho conhece pessoalmente os 25 promotores que foram a Lisboa no ano passado.

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Apesar de ser uma marca portuguesa, acredita que estas deslocalizações vão ajudar a enriquecer a comunidade blockchain portuguesa, que se orienta por projetos como Utrust (plataforma de pagamento criptográfico para empresas), Revault (solução de armazenamento criptográfico) e Polkastarter (plataforma startup para empresas). O país do “imposto zero” terminará em breve.

“Muitas pessoas já estão se mudando sabendo que mais cedo ou mais tarde esse buraco será consertado”, diz Martinho.

Pedro c. Garcia é escritor em Lisboa.

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